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Trem série 1100 - Estacionamento e oficinas da Luz |
Imagens: Acervo Pessoal
Caros leitores, seguindo uma sugestão de um de vocês, dada no ano
passado, estamos iniciando hoje a história das frotas da CPTM. Nos
próximos domingos, iremos explicar a história de cada uma das séries de
trem da companhia. Que comecem os trabalhos!
Desembarque dos primeiros carros Budd no porto de Santos, em 1958 |
A série 1100, atualmente a frota mais antiga da CPTM, circula desde 1958
pelas linhas paulistanas. Atualmente, onze unidades de seis carros cada
prestam serviços fixos na Linha 7-Rubi (Luz - Jundiaí). A história
dessa frota remonta um passado já distante, quando a então EFSJ (Estrada
de Ferro Santos a Jundiái) necessitava de trens elétricos para melhorar
o sistema de transporte de passageiros no trecho que compreendia
Paranapiacaba até Jundiaí. Diante disso, a EFSJ realizou uma compra
junto à famosa construtora ''The Budd Company'', de 30 unidades motoras
mais 30 unidades reboque, para serviços de subúrbio.
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Interior dos novos trens da EFSJ: Assentos estofados, para viagens mais confortáveis |
Em meados de 1958, chegava ao porto de Santos os primeiros carros
adquiridos. Os mesmos foram encarrilhados no porto e subiram a serra já
pela linha, com o auxílio de locomotivas. Algumas dessas unidades
adquiridas foram montadas pela Mafersa, na planta de São Paulo. No mesmo
ano, as primeiras unidades já entrariam em serviço, atendendo a demanda
da EFSJ, desde Paranapiacaba até Jundiaí. Um detalhe curioso que poucas
pessoas não sabem: o trem série 1100 é o primeiro trem de aço inox do
Brasil.
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Unidade motora, no pátio da Lapa |
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Composição saindo da estação Luz. Reparem que as janelas abriam para cima. |
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Unidade saindo da estação Barra Funda, década de 1960 |
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Unidade em Jundiaí, com identificação da CBTU (1993) |
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Uma das unidades originais chegou a receber o padrão CPTM (Paranapiacaba, 95) |
Com o passar dos anos, a frota foi se desgastando, a ponto de serem
perdidas algumas unidades. Nas décadas de 1970, 1980 e 1990, o
transporte de subúrbio de São Paulo era bastante precário, o que levava
ao uso exaustivo dos trens para tentar suprir a necessidade. Na década
de 1980, até então exclusivo no trecho de operação, os trens série 101
começaram a ser substituídos por uma frota nova, também em aço inox,
porém, com oito carros, mais motores e mais potente: a frota da Mafersa,
série 700. Com a chegada da CPTM, em 1992, os trens ainda circularam
por mais três anos, até serem enviados para sua revisão geral, onde
ganhariam novos itens de segurança, além de uma completa revitalização.
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Unidade 1102, no pátio da Mafersa, em São Paulo (1996) |
Em 1995, os trens da então frota 101 deixaram de circular, seguindo para
a modernização. Na época, dois lotes de reformas ganharam as licitações
para realizar a modernização. Foram vencedores os lotes Cobrasma/CCC
(Companhia Comércio e Construção), com 12 unidades (todas ímpares, do
1101 ao 1123) e o Consórcio Unitrens, formado principalmente pela
Mafersa, responsável pelas outras 11 unidades (todas pares, do 1102 ao
1122). Nessa reforma, a principal modificação foi a alteração da máscara
do trem, que foi separada do salão de passageiros. Constituída de fibra
de vidro, a cabine foi moldada com o intuito de oferecer uma melhor
visibilidade ao maquinista, além de tornar o trem muito mais bonito. As
caixas de aço inox receberam reforços estruturais, polimento e os
adesivos nas cores azul e vermelho, padrão CPTM da época.
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Trem série 1100 #1107 na estação Brás, com destino a Francisco Morato (2001) |
Em 1996, já com todos os trens prontos, a CPTM devolveu para a operação
11 composições 'novas' (mais uma unidade de três carros na reserva),
totalmente modernizadas, confortáveis e confiáveis. A operação desses
trens foi iniciada na Linha D (Rio Grande da Serra - Luz), onde grande
parte estava em operação. Alguns trens voltaram a circular na Linha A
(Brás - Francisco Morato). Em 1998, a Linha D recebeu novos trens, com
ar-condicionado e, com isso, toda a frota 1100 passou a operar na Linha
A. Em 2000, no fatídico acidente de Perus, uma das unidades modernizadas
foi perdida: a composição 1103, que foi atingida pelo trem 1740, que
vinha desgovernado desde Jaraguá. Desde então, as 11 unidades restantes
compõem a frota, totalizando 66 carros.
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Unidade 1119 - Pátio da Lapa |
Fortes e atuantes, os trens da série 1100 continuam prestando serviços
na Linha 7-Rubi (antiga Linha A). As onze unidades dividem o trecho com
trens das séries 1700 e 7000. Esporadicamente, essa frota pode ser vista
em operação na extensão da Linha 7-Rubi, e com alguma sorte, na Linha
10-Turquesa. Apesar de serem menores que os demais de sua linha, odiado
por muitos usuários da Linha 7, essa frota presta serviços com
excelência, sendo um dos trens que possui menos defeitos na frota CPTM.
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Unidade 1121, estacionada na porta do Abrigo Lapa |
Ficha Técnica - Trem série 1100
- Formação: M + R2 + R1
Pesos
- Peso Carro Motor: 65 t
- Peso Carro R2: 48 t
- Peso Carro R1: 45 t
Altura
- Altura com pantógrafos arriados: 4,65 metros
- Altura com pantógrafos levantados: 7,01 metros
- Comprimento por carro: 25,90 metros
- Largura por carro: 3,05 metros
- Velocidade Máxima: 90 km/h
- Potência: 1200 kw
- Tensão: 3000 V
Lotação
Sentados
- Carro Motor: 58 passageiros
- Carro R1 e R2: 68 passageiros
Lotado
- Carro Motor: 234 passageiros
- Carro R1 e R2: 238 passageiros
Super-Lotado
- Carro Motor: 292 passageiros
- Carro R1 e R2: 306 passageiros
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Trens série 1100 - Estação Luz |
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